Visto que os poucos segundos não sustentam o peso do beijo todo, é necessário que se acelere as verdades pensadas no momento mais sincero de uma relação, e essas variam de beijo pra beijo. Como quando se sabe que o beijo não durará mais do que poucos segundos, ou quando o beijo não se limita ao tempo e espaço e dura mais que o espaço entre as estações do metrô. Varia da honestidade em beijar sem traição, em beijar por beijar, ou em beijar movendo os astros que passam com as pálpebras fechadas, escaldantes e abandonados pelo beijo, na mais maciça sinceridade.
E esses segundos que antecedem seriam o âmago da poesia. Esses segundos ditam todo o decorrer do dia. Há concordância quando fecham-se os olhos, excelsos quando puros, quando tua cegueira me cega de amor e suas narinas exalam, seus lábios se emborcam nos meus e respiramos o mesmo ar.
"Até, com as mãos, revolver toda a paisagem."
A lembrança de poucos segundos é sempre eterna.
ResponderExcluirPreciso como o gesto. Muito bom!