quarta-feira, 22 de junho de 2011

(oxes) -1


Qual a possibilidade da soma de duas incógnitas gerar um resultado
Que não seja uma terceira. Uma sigla quase sempre.
A matemática das poesias, a equação que são, que soma.

De muitos calos na mão, cafeína no organismo,
piscadas longas, as letras são números ordenados.
Tudo, tudo que se lê não passa de um sofismo.
As equações não geram resultado.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Pique-nique

Admitida e verde suposição
O inferno lota por mais um.
O último é o que se sente pior.
Lá ninguém te diz o que não deve dizer.

De adeuses o mal se alimenta, dos grumos
E a ceia é servida com qualquer resposta
Que se responda mal.

Não serve o pão quente
Mas come do que presta.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Corolas

O que tanto tempo me disse?

O fascínio.
É uma benção tão difícil, fascinar-se.
Que tanto, tanto fascínio forma um ser, humano, desumano
que a velha senhora da faxina é formada de fascínios.
Seu cão teve sua face, seus livros tiveram seu cheiro, seu marido lhe parecia,
Uma orquídea lembrava seu rosto. Cada rosto tem sua orquídea.
O jornaleiro quase cego teve seu fascínio.
O maquinista em boa forma, a dançarina,
A bibliotecária sem vida, a garçonete mulata e maltratada.
E de tanto fascínio, tantas orquídeas, tantas variações

A realidade se torna um eco remoto
Dos encantamentos.