segunda-feira, 31 de maio de 2010

Me abrace?

Sem mais nem menos dou dessas, te vejo em lugares em que não está de forma completa, por vontade de te ter o dia todo. Te vejo quando esquece algo comigo, que seja concreto ou seu simples cheiro de sempre, quando materializo alguma lembrança que te tinha em lugares que passo por rotina. Te vejo na solidão do meu quarto quando noite, por querer sentir o ar quente de quando fala no pé da minha orelha, ou por querer, só querer.

Te vejo no vão do meu dia preguiçoso, em cada vão. Na cor inquieta das flores eu talvez te veja. No caminho de volta pra casa. Te vejo quando vejo qualquer coisa de cacau. Quando a Lua é envolta por um anel de elétrons que luzem como seus olhos contra luz, te vejo. E mesmo a contraposto, que pouca vezes, inauditas, também vejo, numa doce inebria de perdão.
Quando cheiro minha blusa e sinto teu cheiro, esquecido nos longos abraços de quando te vejo na forma mais maciça de te ver.

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