quarta-feira, 20 de abril de 2011

In questo mare


Que arritmia essa nossa.
As pernas desnudas
uma respiração...

Que sonho mais humano. Um ventre vazio num corpo jovem
De frêmitos livres e constantes desejos.
As unhas, agora, deslizam a pele e ferem a carne.
Ferem a carne.

E agora te amo, como se a convulsão dos mares
E a convulsão do vento, e a convulsão do Sol
E a combustão dos carros e a congestão dos vias
E a loucura das crianças, e a verdade das crianças
E a convulsão, a simples convulsão do amor
Fossem culpa nossa...

Aí me lembro da praça, do seu sofá, do meu sofá, da cama, do carro, do Centro, das verdes horas que já passamos juntos e das verdes que passaremos.

Até que escutemos de longe os passos:
Que entoam o fim do inverno, do outono, da primavera ou do verão
Que misturam as estações e nos levem para
Um lugar ainda melhor.