segunda-feira, 12 de abril de 2010

Desordem

As coisas quando vistas de ponta cabeça perdem a forma, nunca o sentido, só a forma. Descobri num sofá enquanto observava a sala sem dinâmica, a televisão distorcida e os quadros tendo de ser reformados pela mente. Mais o que me confirmou de fato fora a face de queixo pra cima, que me envolvia como se numa caverna bem quente e pouco arejada que eu dormia por querer e não necessidade. A decisão do conforto quase nunca é por completo favorável, tive que reformular o retrato dos olhos brilhando no escuro vendo TV, reformular os cabelos, que agora tampavam a minha visão, reformular as idéias no pescoço. Todas as informações, só que viradas de cabeça para baixo. Fitar um queixo quando apoio a nuca ao invés de fitar o rosto quando apoio na parede.

- Você fica diferente por essa perspectiva, sabia? - e só murmura, como quem não entende e confirma mesmo assim.

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