sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Labirinto

Atravesso a rua e me escoro num poste, ainda daqueles de madeira que a prefeitura tirou anos atrás. A luz é mínima e tento decifrar o ruído hermético que me lembra algo da infância -Ultimamente tenho visto a infância em quadros, sendo por mim mesmo restaurados, um nada raros- Bordejo até a porta mais próxima.

Me peguei te vendo em forma de espectro. Gritei e não fui visto, te toquei e sequer sentiu...
"A verdade me vem quando estou só".

Hoje eu acordei sentindo a boca seca, a bexiga cheia, as pálpebras pesadas e musicando meu esquecimento. Musiquei os beijos que não dei, cantarolei o uísque que agora me pesa, decifrei a cidade pelo asfalto.

Quando você ouve algo e tenta musicar
Quando a música te lembra algo. Ou
quando todas as coisas se resumem ao silêncio:
Aí serei um tanto quanto estonteante
E lhe direi as verdades
Que não são.

-Garnel

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