quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cais


Sabe, não há chuva nem mistérios, não há árvores ou sequer um pingo da natureza
Não há pois não acredito no mundo, e não há.
Acredito nas coisas que por si só se guardam no silêncio da tarde, mas não acredito na tarde
Porque a tarde tem chuva, tem Sol, e também não creio no Sol.
Creio no cheiro da chuva, e creio desconfiado, a natureza trai e por isso não creio nela
Nem em seus pequenos detalhes, nem nas coisas bonitas, nem nas coisas feias.
Também não creio na beleza, porque quem é belo mente ao mundo e é um a mais.
Quer queira ou não, a natureza apesar de não existir, é toda bela.

Na mente, algumas imagens bifurcam o pensamento e atrasam a vida
Por isso creio no neutro das coisas, nas cores neutras, nos olhares neutros
Creio no clima neutro e em tudo que é neutro, mesmo não crendo na natureza,
Apesar de conviver com sua existência.

Só não creio mais na humanidade, pelo fato de um dia,
Com todas as forças e verdades,
Ter crido.


"Silêncio, ando obcecado por silêncio. Um silêncio que te permita ouvir o ruído do vento.
E o bater do coração"

Nenhum comentário:

Postar um comentário