sexta-feira, 18 de junho de 2010

Assaz

Um dia - era dezembro, o mês que é interstício final entre o primeiro e último dia do ano - gélido, por sinal, como tudo que me recorda coisas vivas. Eis me ali, debruçado no leito da noite, como se tatuado na paisagem nebulosa da cidade grande, inerme para a tez rosada daquelas bochechas, para os passos impactantes e sem rumo da dona dos mais preciosos lábios.

Me derramei simplesmente, na poesia tresnoitada dos olhos avermelhados que encontrei por acaso e não muito por acaso trancafio como se lacrados. Perdi-me como se fosse a primeira vez em que vi fechar as pálpebras e concordar à pálpebras fechadas dissipando nosso amor.

Hoje - Junho; absorto - são seis meses exatos que distam dezembro. E de hoje para mim, não haverá mais nada que seja apto a distar o tempo em relação a nada.

"Beijei-a: eu sentia a vida que se me evaporava nos teus lábios [...]"


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