segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mácula

Então minha cabeça se encheu de injúrias e quanto mais aquela senhora dialogava mais me ardia de pena. Considerei o fato de que a única saída que ela tinha era afirmar aquilo infinitamente, como fez, por falta de conhecimento no que afirmava. "Deus sabe de todas as coisas"

Não que eu desconfie da onisciência de Deus, mas viciar em sua palavra não traz nenhum exaspero para a física das coisas e nem é um contrapeso para o mal. Podia ver que o sinônimo de Deus para a moça era recompensa, dízimo, ou algo do gênero, que o seu pastor lhe influenciou a pensar, pois me surpreendia com a quantidade de vezes que a mulher afirmou, como se a pessoa do outro lado da linha não entendesse nada do que ela dizia e fosse obrigada a repetir inúmeras vezes ou como quando se responde todas as perguntas com o mesmo tá, em todas as respostas.

O fato é que a plenitude para a mulher parecia tão distante que passei a me confundir com essa afirmação - Deus sabe de todas as coisas, dentro das coisas que já sabia, assim numa infinita incógnita de conhecimento e reinado- que já me parecia incompleta, ou que faltava algo na verdadeira fonte.

Vi que assim as pessoas morrem solitárias, pois nada para elas é o suficientemente interessante que não caiba a resposta Deus sabe de todas as coisas para consolar, brigar, ou qualquer situação, pois tudo envolve tudo e deus já não é o mesmo: dista as gerações futuras que um dia serão passado, e do passado que ainda vive nas lembranças do sacrilégio de culpar indiretamente Deus de tudo, por saber de tudo.


Eu sei Quem sabe de todas as coisas, mas o embate me afronta quando vejo o quão fugaz é segui-las sem outras.


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