terça-feira, 31 de agosto de 2010

Extático

Ao vespertino som dos pássaros, te amo, feito seiva ao paladar dos voadores
Debruço em sua têmpora meu rosto, para amar-te mais e mais
Sendo mais insuficiente, sem amor o suficiente para amar-te mais.
Te amar numa espiral depressiva, dando voltas e caindo, e caindo, e caindo
Para onde quiser, se quiser, por querer, pois quero amar-te mais e mais
Dentro das horas que suplicam pra que eu te ame mais.
E eu já amo, para mim, da forma mais horrenda e maciça, com os sentidos todos
Galgando ao som alegre dos pássaros, que amam tanto e quanto mais
A seiva do amor que não lhe falta nada, porque já não me falta amar-te mais.
E se falta, logo encobre o meu amor com a doçura dos versos que se perdem
E se encontram, e se perdem e se encontram como tontos
Se encontrando ao som cortês que exaspera dos seus lábios, já tão amados
que nem precisam mais.


Um comentário:

  1. Roubei efêmero e movediça. Essa declarção labiríntica de amor tá inelogiável.

    ResponderExcluir