quinta-feira, 9 de junho de 2011

Corolas

O que tanto tempo me disse?

O fascínio.
É uma benção tão difícil, fascinar-se.
Que tanto, tanto fascínio forma um ser, humano, desumano
que a velha senhora da faxina é formada de fascínios.
Seu cão teve sua face, seus livros tiveram seu cheiro, seu marido lhe parecia,
Uma orquídea lembrava seu rosto. Cada rosto tem sua orquídea.
O jornaleiro quase cego teve seu fascínio.
O maquinista em boa forma, a dançarina,
A bibliotecária sem vida, a garçonete mulata e maltratada.
E de tanto fascínio, tantas orquídeas, tantas variações

A realidade se torna um eco remoto
Dos encantamentos.





Nenhum comentário:

Postar um comentário