sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Amanhã


Lembrei da paixão vadia que tive sempre por teus lábios. Como progressão de paixões, uma somando-se a outra. De ti, teus lábios, teu jeito, teu pescoço, sua tez e a maciez que a envolve resultando num amor infame, num amor sincero. Tão sincero que já vejo tudo:

Cecília entre nós dois, no banco escuro do piano escuro. A sacada entreaberta numa noite quente, com o refresco em teu sorriso doce, meigo e singular. Depois, relembraremos da noite que te pedi em casamento, relembraremos do início do relacionamento, relembraremos de como tínhamos vontade do presente -atual futuro-. Junto a nós três aquela vontade de eternizar a cena, o espaço de tempo mais feliz de nossas vidas.

Essa paixão que me cerca faz-me crer que tudo será possível, essa vontade desesperada de você. Até seus olhos, como cárcere, me prendem nessa necessidade de seguir adiante.

"Vejo, enfim, no nosso sereno jeito, a intenção mais velha, clássica
e humilde
de ser feliz."

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