As idéias se desenvolveram como câncer mas foram abatidas pelo tempo e agora me restam as lembranças de horas, de poucas horas que pensei:
Quando ouvi a doce voz de minha tia, mulata, entoar um hino. Quando passeei pela tez doce com os lábios. Quando recebi convites e pendendo, hoje, em negá-los, por respeito, quase nego.
Quando um grande amigo vai e larga as frequências das notas circulando o ar verdadeiramente poético das tradições. Quando me senti amado, como sempre me sinto, ao lado da antítese de um casal da família. Quando fui agredido com o último dia, cinza, chuvoso, lastimável e cheio de saudades. Quando, num tempo contado, perco a razão de viver por não enxergar as preferências, não notar a secundária posição que vivo.
Daí então, o dado inverso desse tabuleiro conta os passos pra dentro da terra, como quando paramos de pensar por um segundo e ao voltar, há um monólogo triste num ponto de ônibus, no trem, na sacada enfunada de ferrugem ou em qualquer lugar que vê, de fora pra dentro, a real laguna ou, a real enchente de se perder no escuro.
"Enchente de medo(...)
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